A Faculdade de Enfermagem do Instituto de Ciências da Saúde (ICS) da Universidade Federal do Pará (UFPA) encerrou, na semana passada, o primeiro Curso de Residência em Enfermagem Obstétrica - Turma 2013/2015. Os 12 residentes concluintes defenderam suas monografias no Auditório Monteiro Leite, do ICS, orientados pelas boas práticas e evidências científicas, pela Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM), pelo Pacto pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal e pelos Princípios e Diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS).
O objetivo do curso é qualificar enfermeiros para atuar no cuidado à saúde da mulher nos processos de reprodução, gestação, parto e nascimento, puerpério, ao neonato e família, compreendendo seus aspectos sociais, culturais, emocionais, éticos e fisiológicos.
Segundo a coordenadora Franciane Rodrigues, o processo de implantação da Residência em Enfermagem Obstétrica iniciou em 2011, junto aos Ministérios da Educação e da Saúde, quando houve o lançamento da Rede Cegonha, com a finalidade de promover um novo modelo de atenção ao parto, ao nascimento e à saúde da criança, bem como à redução da mortalidade materna e neonatal. "A partir disso, as instituições puderam concorrer ao edital para iniciarem seus programas de Residência. A região Norte foi colocada como prioridade em decorrência do alto índice de mortalidade materna", afirma Franciane.
A Residência em Enfermagem Obstétrica é desenvolvida em parceria com o governo do Estado, por meio de unidades hospitalares, e com a Prefeitura Municipal de Belém, através da atuação dos residentes em unidades de média e alta complexidades, unidades básicas de saúde e estratégia saúde da família.
A coordenadora da Residência conta que a maior dificuldade encontrada foi a inserção nos campus práticos da saúde. "A gente sabe que essa inclusão do parto normal ainda é um paradigma a ser quebrado, não só no Norte mas como no Brasil todo. E a Residência em Enfermagem Obstétrica vem justamente com o foco de formar profissionais para o acompanhamento ao parto natural", acrescenta Franciane Rodrigues. "A gente espera que com a formação mais específica, o enfermeiro residente saia daqui com as habilidades mais afinadas para contribuir para a redução da mortalidade materna", conclui.
Para os residentes, a implantação do curso é de alta relevância para a saúde do Estado, pois objetiva a redução da mortalidade materna e, principalmente, a redução do número de cesarianas feitas nos hospitais - meta do Ministério da Saúde. "A importância da Residência em Enfermagem Obstétrica traz benefícios não só para mim como profissional, mas para toda a sociedade, afirma Lorena Saavedra, concluinte do curso. Apesar da importância, a residente acrescenta que a aplicação dos conhecimentos no ambiente de trabalho ainda é complicada, pois a resistência é muito grande por parte dos profissionais de saúde e dos hospitais. "Observamos isso pela falta de atualização das maternidades e dos próprios profissionais da saúde, principalmente nas instituições privadas. Nas maternidades públicas, nós temos um papel principal no processo de parto, então a gente já consegue ser enxergado como profissional capacitado para estar atuando na assistência dos partos", conclui.
Lorena Saavedra defendeu monografia com o tema "Conhecimentos de enfermeiros obstetras de uma maternidade pública frente à utilização do partograma". Segundo a coordenação da Residência, a entrega dos certificados de conclusão ainda não tem data definida.
Rede Cegonha - É uma rede operacionalizada pelo SUS e fundamentada nos princípios da Constituição Federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e no Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH).
Texto: Rejane Lopes - Assessoria de Comunicação ICS/UFPA
Foto: Divulgação/Residência
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