O Estado do Pará tem a maior incidência da doença de Chagas no Brasil. Uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde mostrou que o Estado concentra 80% dos casos da doença no país. Objetivando esclarecer as lacunas que permeiam os processos de transmissão, diagnóstico e tratamento, as doutoras Dilma Souza e Maria Rita Monteiro, docentes da Faculdade de Medicina (FAMED) do Instituto de Ciências da Saúde (ICS) da Universidade Federal do Pará (UFPA), elaboraram o “Manual de recomendações para diagnóstico, tratamento e seguimento ambulatorial de portadores de doença de Chagas”.
Pacientes infectados pela doença podem se tornar crônicos, com 30% de chance de se tornarem cardiopatas, o que na opinião de Dilma Souza, pode gerar gastos e causar grandes transtornos. “Isto pode gerar gastos com internações prolongadas e procedimentos cardiológicos de alta complexidade, tais como marca-passo e até transplante cardíaco, além dos gastos com seguridade social, pois muitos poderão estar doentes, ainda em uma fase produtiva da vida impactando socialmente o Estado.”
A doença de Chagas se confunde com outras doenças infecciosas em sua fase aguda, como por exemplo, a febre tifoide, malária e etc. Isto pode retardar o diagnóstico. “O Manual traz orientações quanto ao reconhecimento precoce dos sinais clínicos mais frequentes e que podem não ter boa evolução, assim como fornece orientações de condutas a serem adotadas no manejo em situações de agravamento da doença”, disse Dilma.
O “Manual de recomendações para diagnóstico, tratamento e seguimento ambulatorial de portadores de doença de Chagas” é destinado à comunidade acadêmica e profissionais da área da saúde, principalmente médicos que atendem em localidades distantes. O Manual será divulgado durante o Curso "Aspectos Clínicos, Epidemiológicos e Laboratoriais de Doença de Chagas", de 4 a 8 de novembro, das 14 às 18 h no Hospital Universitário João de Barros Barreto.
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Imagem: Reprodução/Google
Texto: Felipe Nobre - Assessoria de Comunicação do Instituto de Ciências da Saúde
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